Um ano antes de brilhar na Copa do Brasil, Neymar conheceu o lado difícil do mata-mata ao ver o Santos ser eliminado logo na segunda fase da competição, graças a uma derrota inesperada para o CSA de Alagoas, na Vila Belmiro. Na fase anterior, no entanto, o camisa 11 fez seu primeiro gol em um torneio nacional - marcou na goleada por 4 a 0 no Rio Branco-AC, na Vila.
Em 2010, no entanto, Neymar deixou a tristeza do ano anterior para trás e em grande estilo. Logo na primeira fase, brilhou na impiedosa goleada por 10 a 0 no Naviraiense-MS com dois golaços - no segundo, passou por três marcadores e pelo goleiro, antes de ir à rede. No jogo seguinte, com mais dois gols, ajudou o Santos a despachar o Remo já em Belém, no Pará (a vitória por 4 a 0 eliminou a necessidade da partida de volta).
Mas foi nas oitavas de final, contra o Guarani, que Neymar teve sua melhor atuação naquela Copa do Brasil: marcou cinco gols na vitória santista por 8 a 1. Um verdadeiro presente de aniversário à torcida santista, já que naquele dia o Santos celebrava 98 anos de história - no jogo de volta, com o atacante poupado, o Peixe foi derrotado por 3 a 2, mas se classificou.
Nas quartas de final, depois de não atuar no primeiro jogo contra o Atlético-MG (derrota por 3 a 2, no Mineirão), Neymar retornou para ajudar o Santos a derrubar o Galo na Vila Belmiro, marcando um dos três gols santistas no triunfo por 3 a 1. O detalhe é que no fim de semana que antecedeu a partida, o camisa 11 conquistou seu primeiro título como atleta profissional - o Paulistão de 2010. Nas comemorações, ao lado de Robinho, Felipe e dos demais alvinegros, puxou o grito: "Ô Vanderlei (Luxemburgo), pode esperar! A sua hora vai chegar!", em alusão ao então técnico dos mineiros e que dirigiu Neymar no Peixe em 2009 (assista ao vídeo acima).
Se contra o Grêmio, nas semifinais, Neymar passou em branco, o atacante acabou sendo protagonista do primeiro jogo da final daquela Copa do Brasil, contra o Vitória, na Vila Belmiro. Foi dele o tento que inaugurou o marcador do triunfo santista por 2 a 0. Foi dele também, porém, o lance mais curioso do jogo: aos 27 minutos da etapa final, o camisa 11 teve um pênalti para cobrar. Neymar arriscou a "cavadinha", mas foi surpreendido por Lee, goleiro rubro-negro, que sequer precisou se mexer para fazer a defesa.
Nada, contudo, que estragasse a festa de Neymar. Na semana seguinte, em Salvador, foi do atacante o cruzamento para o gol do título santista, marcado pelo zagueiro Edu Dracena - o Santos perdeu por 2 a 1, mas ficou com o caneco. Além da conquista, o astro do Peixe ainda se sagrou artilheiro daquela edição da Copa do Brasil, com 11 gols - desde 2005 (quando Fred fez 15 gols pelo Cruzeiro) um jogador não superava a marca de dez bolas na rede no torneio.
De lá para cá, muita coisa aconteceu com Neymar. O atacante liderou o Santos em mais quatro títulos (dois Paulistas, uma Recopa Sul-Americana e a sonhada reconquista da Taça Libertadores da América, 48 anos depois), tornou-se um dos nomes mais badalados da Seleção, alcançou duas vezes um posto entre os 23 melhores do mundo, conquistou o Prêmio Puskas (pelo gol mais bonito do ano, em 2011) e virou um fenômeno comercial, com ganhos que se aproximaram de R$ 40 milhões no ano passado.
Nesta quarta-feira, a Copa do Brasil reencontra Neymar, e o atacante retorna à competição que o projetou.
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