O novo jogador do Barcelona tinha apenas quatro meses quando seu pai, jogador do time profissional de Mogi das Cruzes, o União Mogi, em uma viagem para Santos, sofreu um acidente de carro que quase acabou com a vida da família. Em um depoimento ao Esporte Espetacular, na série de reportagens Brasileirinhos (veja vídeo a baixo), que mostra a história de jovens craques brasileiros, Neymar pai recorda aquele momento de 1992.
- Eu ainda jogava como profissional na época. Eu tinha jogado no domingo, peguei minha família e estava descendo para Santos para visitar nossos parentes que eram todos daqui. E descendo a serra, um dia meio de chuva, a rodovia era de mão dupla e a gente foi de encontro, quando eu consegui desviar do carro eu fui para o acostamento mas eu estava em quinta marcha e então eu tive que brecar o carro, busquei a aceleração mas não dava mais tempo.
Neymar jogou no União Mogi entre 1989 e 1996 e disputou a terceira divisão do campeonato paulista pela equipe. No final de 89, o jogador quase foi negociado com o Rio Branco de Americana, que acabara de conquistar o acesso para a segunda divisão do Paulista. Mas uma 'vaquinha' de dez empresários mogianos segurou o craque do time na cidade. Eles compraram o passe de Neymar. Com o dinheiro que ganhou, além de uma casa, ainda deu para comprar um carro, aquele que sofrera o acidente.
- Eu sofri uma luxação de bacia muito grave, que me impossibilitou de jogar futebol durante um ano praticamente. E o Neymar tinha quatro meses de idade, ele sumiu do carro, eu e minha esposa, naquele momento, a gente achou que tinha perdido ele, porque ele sumiu.
Depois da recuperação ele não foi mais o mesmo atacante que chamava a atenção pela rapidez e agilidade. Acabou emprestado repetidas vezes até encerrar a trajetória profissional no Operário de Várzea Grande-MT, em 1997, com 32 anos.
Neymar Jr. nasceu em Mogi das Cruzes e do município tem poucas lembranças, já que foi embora ainda criança. Mas o maior jogador brasileiro da atualidade agradece por ter saído vivo daquele acidente.
- Sofri um acidente com a minha família e acabei parando embaixo do banco. Foi Deus. Iluminou não somente eu, mas meu pai, minha mãe e salvou nossas vidas.
Neymar pai lembra bem dos anos de Mogi das Cruzes e do União Mogi, onde deixou boas lembranças para uma torcida apaixonada, de um time que comemora o seu centenário em 2013 e tenta se reerguer, tentando o acesso para série A3 do Paulista, na disputa da segunda divisão, que equivale a quarta divisão estadual.
- Quando eu jogava bola na rua, meus amigos faziam gol e gritavam Romário, e eu gritava Neymar. Todos riam da minha cara – lembra André Bruno, torcedor unionista.
Questionado se poderia participar das comemorações do centenário do time, onde também passaram Tite (técnico do Corinthians), então preparador físico e José Maria Marin (presidente da CBF) como jogador na década de 50, Neymar não garantiu presença.
- O problema é conciliar o tempo por conta da agenda com o Neymar, mas o carinho da gente vai estar lá, com certeza. Fui feliz no União Mogi. Fiquei por lá bastante tempo. O Neymar Júnior nasceu lá (em Mogi das Cruzes). Amei aquele clube por muito tempo.
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